quinta-feira, 5 de agosto de 2021


Cadernos e expressões 




Quando escrever é vital. 

Já faz um tempão que eu não apareço nesse meu mundo escondido nesse mar virtual. Anos mesmo. A vida às vezes acelera, toma outros rumos , outras prioridades, e a gente segue. Mas tem coisas que são essenciais e que ficam. Guardadinhas ali dentro, esperando, nos mostrando que o que é essencial sempre deve ter espaço na nossa vida, para que a harmonia se estabeleça. 

Escrever sempre foi vital para mim, desde muito pequena. Era a minha ferramenta para esvaziar tudo o eu absorvia do mundo, tanto as dores, quanto as belezas. Foi escrevendo que me conectei com meus guias. Pois nos meus rituais diários, no meu momento íntimo onde eu podia ser sincera naquelas páginas que me acolhiam. Ali, não existia protocolos sociais, máscaras, filtros. Ali era eu inteira, transparente. 

Quantas vezes, meu caderno foi meu melhor amigo, meu terapeuta, onde eu podia despejar o que já não era mais possivel carregar aqui dentro. E depois de uma catarse de palavras cheias de sentimentos, eu era leve, livre.  Quando eu senti que já tinha esvaziado tudo. Eu pegava meu tarô e tirava uma carta, que sempre tinha ressonância total com aquilo que eu estava vivendo. Nas mensagens, as mesmas palavras utilizadas por mim, apareciam. Eram meus guias me orientando, me mostrando que eu não estava sozinha. E assim segui... por uma vida inteira. Com esse suporte interior.

Aí, vieram meus filhos e a rotina ficou mais intensa. Os meus pequenos momentos comigo mesma ficaram raros, beirando ao inexistente.
Eu parei de escrever. Eu sei bem o quanto isso refletiu na minha vida. No meu equilíbrio interior. Ao invés de dois cadernos por ano, preenchia algumas folhas aqui, outras ali, quando a necessidade era maior que tudo.
Depois perdi o hábito. Passei das palavras para os desenhos, ilustrações... Esse momento comigo mesma ficou mais intuitivo, subjetivo, com cores, aquarelas, imagens e fluidez. 

Não foi só isso que me bloqueou, foram as línguas que se misturaram no caminho... inglês, espanhol, francês... "tudo se melangeu" e minha forma de me expressar ficou perdida, parou.  A dislexia fez eu compreender algumas dificuldades, fez eu aceitar que minha mente funciona de outro modo. Que às vezes ela vai mais rápido que minhas mãos. Que o aprendizado chegue de outra forma. Que eu preciso de mais trabalho para fixar coisas e nem sempre consigo. Aceitei. Pois sei que essa maneira de minha mente funciona, me traz também outras possibilidades. 

Mas sinto que a necessidade de voltar a escrever voltou com tudo. Supera os erros gramaticais, os acentos que se perderam. As falhas que para alguns mais críticos podem ser importantes, e são. Acontece que para mim, a vontade de me expressar é maior que tudo. De exteriorizar esse mundo interior,  seja com letras e palavras, cores e pincéis, eu preciso colocar pra fora. É vital.

Acredito que meu ascendente em gêmeos esse ano, está colaborando para esse retorno. Ou será o Sol que está conjunto com meu mercúrio em Leão, na casa 1?  Acho que é tudo isso e muito mais. Eu só sei que tenho tanto para falar, escrever, partager. 

Nesse momento atual, onde a tem tanto conteúdo, informação, desinformação, ser mais uma voz parece inútil. Parece que falo sozinha, nesse monólogo solitário. Mas como foi dito antes. Escrever pode ser vital e deixar sair, pode evitar uma doença futura. Se por acaso você leu até aqui, espero que esse momento tenha inspirado algo em você. 

Um bom dia para você 
Com amor
Gi

instagram:@atelier.giovana.venturini

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