quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

AMIGOTERAPIA!

"Happiness is only real when shared"



Ai que saudades das minhas amigas, das muitas que tive a sorte de ter ao meu lado, dividindo simples momentos que ficarão para sempre registrados no meu coração...

Às vezes me pergunto, se esse isolamento que sinto neste momento, faz parte dessa transformação que a maternidade nos traz?

Ou se é um processo natural da vida, onde com o passar dos anos, vamos ficando mais seletivos, mais fechados, menos vida social, cada um seguindo o seu caminho?

Ou então, o fato de eu ter escolhido uma vida errante, sem destino certo, seguindo para onde o vento me levava, o que me deu a oportunidade de cruzar pessoas inimagináveis  pelo caminho, mas ter que me desapegar toda vez que a separação chegava?

Ou será, que é porque eu tenho tudo na casa 12, sol, lua e cia? Que apesar de amar estar rodeada de calor humano, é no silencio e na solitude que encontro a riqueza da minha alma?

Acho mesmo,  que essa solidão é geral. Independente de idade, classe, momento... estamos todos vivendo o novo mundo da superficialidade digital, onde apenas a felicidade deve ser mostrada, mesmo que esta seja irreal, virtual.

Eu sempre gostei de profundidade, intimidade, toque... mas parece que isso esta cada vez mais escasso nos dias atuais.

Estou tentando estar mais próxima daqueles que também estão disponíveis, utilizando os recursos atuais: Skype, whatsapp, instagram, FaceTime, facebook. Eles ajudam muito. Porém, nada melhor que um abraço de verdade, daqueles que os hippies de alma sabem dar tão bem.  

So sei que essa fase vai passar, assim como tudo nesta vida. Talvez seja a hora de eu aproveitar esse lindo serzinho que tenho em meus braços. Curtir ele o máximo possível e parar de me questionar.

Mas, ai que saudades de um Xuaaaaaá!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A METADE



17 de fevereiro de 1997. 

Parecia ser apenas mais um dia. 

Mas não, era O DIA.  

Aconteceu meio assim, por acaso. 

Como se finalmente, a gente tivesse encontrado o que tanto procurava. 

A outra METADE.






Matade (Osvaldo Montenegro)


Que a força do medo que tenho

não me impeça de ver o que anseio

que a morte de tudo em que acredito

não me tape os ouvidos e a boca

porque metade de mim é o que eu grito

mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe

seja linda ainda que tristeza

que a mulher que amo seja pra sempre amada

mesmo que distante

porque metade de mim é partida

mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo

não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor

apenas respeitadas como a única coisa

que resta a um homem inundado de sentimentos

porque metade de mim é o que ouço

mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora

se transforme na calma e na paz que eu mereço

e que essa tensão que me corrói por dentro

seja um dia recompensada

porque metade de mim é o que penso

mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste

e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável

que o espelho reflita em meu rosto num doce sorriso

que eu me lembro ter dado na infância

porque metade de mim é a lembrança do que fui

a outra metade não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria

pra me fazer aquietar o espírito

e que o teu silêncio me fale cada vez mais

porque metade de mim é abrigo

mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta

mesmo que ela não saiba

e que ninguém a tente complicar

porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

porque metade de mim é platéia

e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada

porque metade de mim é amor

e a outra metade também.


17 anos no mesmo passo... 

Te amo mais que ontem e menos que amanhã.